terça-feira, 24 de julho de 2012

Rosa mulher



Rosa de sol, rosa de prazer, rosa mulher.
O vento que passa dobrando as flores
Não te derruba no entanto.

Também o vento que passa
E derruba as folhas não te joga
Ao chão, talvez tapete para enfeitar
Teu caminhar.

Se rosa, sem movimentos, com pólen,
Se mulher, com vida, sem pétalas,
Se rosa, sem espinhos, com primavera,
Se mulher, com olhos, sem mal-me-quer,
Rosa de sol, rosa de prazer, rosa mulher.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Desenhar


Talvez no início não fosse amor,
embora os seios se enrijecessem
e minhas mãos, em forma de seios,
cobrissem teu corpo.

Talvez não fosse amor,
quando os corpos
fragmentados
se reivindicavam mutuamente,
duas estrelas que brilham,
entretanto escondidas.

Talvez não fosse amor na luta,
o embate das classes, que fere,
mas talvez fosse lenitivo.

Certamente não houvera amor
de parte alguma, exceto quando um olhar
despia de vestimentas e desesperanças,
quando uma palavra cortava o silêncio
ou o silêncio, aos sussurros.

Talvez em todo o amor pelo mundo
residisse o teu amor, único,
que se espraia.

Não te amei no início, é certo,
mas te amei mais e mais,
como se amor e eternidade caminhassem juntos,
sendo sempre o início,
como a noite parindo uma alvorada.