quarta-feira, 7 de abril de 2010

Carpe Noctum

Na fronte que abunda
Suor e lágrimas amalgamados,
Em beleza e arte profundas
E num beijo é eternizado
O momento fugaz do amor,
Há, sobretudo, a marca de um fado
Abandonado pelo temor...

No zênite de um céu cinéreo
Paira a Lua majestosa,
Transbordando os mistérios
De uma noite vaporosa
(São as nuvens e o vento)...
Ósculos infindos transformam em matéria
O amor... Lascívia... Vida - a cotovia que voou.
Assim, exorcizam o sofrimento
Pelo qual a vida chorou.

Quando um peito fumegante
Pousa sobre outro que arqueja
E um suspiro exala do amante
Que, convulso, não mais se peja
Do amor que lhe transborda,
Fundem-se a alma - que lhe beija,
E o coração - que acorda.

15 comentários:

  1. Que coisa linda, amor!
    Todo o significado de beleza está dentro da tua poesia.
    Natureza, noite, amor; a Lua está presente nisso tudo, não é? Tua cúmplice; está presente em ti também.
    Tuas palavras ofuscaram o brilho da Lua aqui no blog.
    E depois de uma crise nervosa, o poeta surge com uma linda poesia, linda como sempre, lindo como sempre, e no mais alto grau do lirismo.

    Não sei bem o motivo, mas lembrei do grande poeta Castro Alves ao ler teu poema.

    Beijos.
    Te amo.

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  2. Caralho!
    Agora que vi, me expressei mal. Ah, mas o poeta aqui é você. Tudo o que eu dissesse seria feio. rs

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  3. "Ósculos infindos transformam em matéria
    O amor... Lascívia... Vida - a cotovia que voou."

    Você é de uma habilidade incrível com as palavras!!! Como consegue? Apaixono-me de novo toda vez que te leio. Muito obrigada por proporcionar isso.

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  4. Olha, eu ja te fiz mais de milhares elogios, e ainda assim, nao sao suficientes.Mas concordo com a Adriana, a sua poesia lembra muito Castro Alves.Acho que é o seu dom.Parabens mais uma vez, meu amigo

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  5. Felipe, minha luz, meu amigo.

    E sob o serneno velar da lua, a alma foi beijada e o coração finalmente desperta. E assim o sofrimento não mais tem lugar.

    Espero um dia ser assim.

    As palavras são mais que teu dom. São partes de ti.

    Desculpa minha ausência.

    Vi.

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  6. Ah. Tem outras também

    é que andei meio confusa esses dias, e ás vezes,quando isso acontece, eu travo.
    Mas pode deixar. Não sumirei.

    E você sempre com esse talento aqui né?

    Beijo

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  7. Um comunista que sabe escrever de maneira romântica. Chego a duvidar.

    Comunistas devem morrer.

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  8. Malditos anônimos!
    Conversemos como dois homens.
    Identifique-se, ser abominável!

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  9. mais uma vez explorando as nuances de um amor intenso nesses teu versos, nao? lindo.
    "Ósculos infindos transformam em matéria
    O amor... Lascívia... Vida - a cotovia que voou.
    Assim, exorcizam o sofrimento
    Pelo qual a vida chorou."
    esse trecho principalmente, mas também todo o conjunto desses versos parecem sugerir um amor platonico, o meu preferido, rs. Acho os amores platonicos se apresentam como os mais belos de serem relatados em poesias, nao desmerecendo os outros,claro.
    Mais um belo texto, maduro e romantico, admiro-te.

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  10. Serra pra presidente, maldito adorador de Fidel Castro!

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  11. Cometi um pecado, o da inveja.
    .. Meu coração acordou!

    Minhas palavras hoje serão poucas.
    É que acordei sem vontade de escrever, mas é impossível te ler e guardar pra mim que eu amei cada palavra. Chega a ser injusto.

    ;*

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  12. Um vocabulário arrebatador, eu diria. Cabe música em todos os versos, Felipe.

    Me diz uma coisa, você se inspira em algum poeta em especial?

    Saio daqui, mais uma vez, cheia de asas.

    Deixo um beijo.

    P.S.: Vou querer detalhes do show, depois.

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