sábado, 6 de novembro de 2010

Inefável

Constas em presença e corpo e espírito,
Sempre indissolúvel, nos meandros escusos
Dos meus olhares difusos,
Sendo sonho, e isso é finito.

Na fronte sublime
Tens reflexos de luminosidade,
E nos olhos exalas saudade,
Então não há nada mais que me anime.

De tua luz te vejo:
Incandescente, vejo-te no futuro,
Não neste nosso obscuro,
Mas no emaranhado de desejo
Chamado libido,
A sucessora do meu olvido
De tempos idos,
Tempos tão tirânicos!

Doravante as maravilhas do mundo
Serão as partes do teu ventre,
De todo o teu corpo, dos teus pés, entre
As curvas, das tuas mãos, dos teus pelos rubicundos.

3 comentários:

  1. Bem, o que dizer sem ser repetitiva?

    Você descreve como ninguém momentos únicos, momentos que muitas vezes não se exmprimem por palavras, de fato, momentos inefáveis. E consegue transformar em poesia sentimentos que não cabem em palavras. Mas você é capaz disso. Exprimir o inexprimível... para os outros, para você não. hehe

    Logo, há uma bilateralidade: o que é inefável, o que o eu-lírico descreve ou o que o eu-lírico escreve? Os dois!

    Já começa lindo pelo título, e vai se aperfeiçoando até chegar ao ponto final.

    Te amo.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  2. "Doravante as maravilhas do mundo
    Serão as partes do teu ventre,(...)"

    Lindos versos, eis o meu preferido, bastava só este verso e seria belo da mesma forma, mas ao colocar as outras palavras ficou tudo perfeito.

    ResponderExcluir