segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Morro-me e ressuscitas-me

Grande contentamento sinto
Ao ver-te, amada minha,
E, mais do que isso, escrever-te,
E, ainda mais, descrever-te,
Estátua de cútis e ossos e sangue,
Sub-produto das centelhas febris
Que me perturbam à noite,
Combinação perfeita da genealogia.

Unicamente bela, plenamente sublime,
Corolário magnífico da prole humana,
Dos anseios divinos e dos meus,
Teus seios são dois lírios orvalhados
Pela tempestade de prazer a qual me incutes.
E os olhos, quando abertos, são mares cristalinos,
Onde pousam os raios de sol do meu olhar
Refletidos pelo teu adamantino e iridescente;
Quando fechados, são dois astros,
E neles se refletem a opacidade do infinito,
O horizonte hermético do futuro,
E o plenilúnio renova-se nos teus beijos.

Morro-me para renascer, ainda uma vez,
Nos teus beijos de luar, e cada segundo
Torna-se eterno, e cada partir torna-se
Uma morte.

4 comentários:

  1. Lindo! Há tempos não estava por aqui. Senti falta.

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  2. "Dos anseios divinos e dos meus"

    a gente até acredita em Deus.

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  3. Lindo poema belas palavras, suas palavras calam as críticas ruins, simplesmente belo, o Dom da palavra é algo tão lindo e precioso!


    Parabéns, pelo poema Felipe!

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  4. Se não fosse vulgar resumir uma poesia, eu diria: metáfora. Mas isso seria reduzir.

    Sua poesia atinge momentos tão extremos, que é como se ganhassem vida própria: e vem a explosão, e os sentimentos começam a jorrar das palavras e desembocam no coração de quem lê.

    Cara, genial. A última estrofe é pra cortar e levar dentro da bolsa pra sempre, pra consultar quando a poesia me abandonar.

    Beijos, poeta.

    ps: verificação de palavras: nerd... você! hahaha

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