sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Poema escrito na virilha da mulher da noite passada

A rosa de minha concupiscência
Precipitou-se sobre o teu corpo
Despido, bem como os teus olhos
Desnudos, impávidos,
Flor do mundo.

Minhas mãos, em formato de seios,
Abrigam, enrijecem os dons palpáveis
De tua soberania e, fortalecido,
Levo-os aos lábios, sedento, e redivivo
Labuto neste magno ofício,
Nesta excelsa infinitude de bens.

Por entre as tuas pernas percorre
Um arrepio, um suspiro corta a noite
Já tão distante e alheia, e em meio
A tanto movimento, o derradeiro
Ato: as estrelas se desmancham
Em líquido provindo das entranhas
Compartilhadas do desejo.

2 comentários:

  1. Mas o que é isso?! Vendo-se bem: é um conto erótico. Vendo melhor ainda: é um hino ao amor. Não tem nada de vulgar. Você tratou o tema com tanta sensibilidade, com tanta finura, que dá a gente até fica se perguntando: será que é isso mesmo que ele quis dizer? Mas é, claro que é! haha

    Você mostrando que a arte está em tudo, a poesia. Ai, você é fantástico. Sinto seu amadurecimento. Hoje você lida com os mais diversos temas, com incrível facilidade, incrível ternura.

    Você está de parabéns, lindo!
    Beijos.

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  2. Lindo e sublime. Sexo quase sempre é bom, mas em algumas relações podemos ir além, podemos ver a beleza nele, e não o desempenho. Espero voltar para ver mais coisas belas.

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