quinta-feira, 5 de julho de 2012

Desenhar


Talvez no início não fosse amor,
embora os seios se enrijecessem
e minhas mãos, em forma de seios,
cobrissem teu corpo.

Talvez não fosse amor,
quando os corpos
fragmentados
se reivindicavam mutuamente,
duas estrelas que brilham,
entretanto escondidas.

Talvez não fosse amor na luta,
o embate das classes, que fere,
mas talvez fosse lenitivo.

Certamente não houvera amor
de parte alguma, exceto quando um olhar
despia de vestimentas e desesperanças,
quando uma palavra cortava o silêncio
ou o silêncio, aos sussurros.

Talvez em todo o amor pelo mundo
residisse o teu amor, único,
que se espraia.

Não te amei no início, é certo,
mas te amei mais e mais,
como se amor e eternidade caminhassem juntos,
sendo sempre o início,
como a noite parindo uma alvorada.

3 comentários:

  1. Nossa, como você se mantém inspirador. É tão sublime. Sério... Isso é covardia, meu amor. Causa arrepios. É tão bom, tô babacona aqui te apreciando.

    ResponderExcluir
  2. É uma gostosa, esta sensação de quem escreve, ler, sente, vive Amor. Que coisa muito da linda, muito você!

    ResponderExcluir
  3. Felipe, só agora vi teu comentário no meu blog. Muito obrigada pela gentileza! Vamos trocar as ideias da vida agora por este espaço também! Grande abraço!

    ResponderExcluir