Concebo a dimensão da importância que tinham
Minha solitária companhia
E as conspirações que em meu peito se perpetuaram
Entre ilusões retrógradas e diversas.
Sem meu corpo transfigurado
Perdi tudo quanto era necessário:
As falas desdenhosas,
A maciez maquinada
Por seres extraviados
Que romperam a barreira
Do meu não-ser instável,
A facilidade com que me movia facilmente
Entre as nuvens densas
Da minha intrínseca melancolia.
Um infortúnio veio ser meu companheiro:
Não havia mais sol nem estrela nem baluarte,
Pois no meu leito apenas um feixe de luz lunar
Acomodava-se entre minhas desventuras:
O que seria eterno propagou-se no crepúsculo
E eu vi-o tornar-se vapor
Na hora mais imprópria do dia:
Insubstituível, mas inevitável:
O tempo estéril do ócio amoroso
A contemplar penosamente o passado inglório.
Construção lírica incrível! É isso que faz sua poesia. Intensidade, criação, subjetivismo, mas uma subjetividade que consegue formar imagens na cabeça do leitor.
ResponderExcluirSua carga poética parece crescer a cada poesia.
Te amo.
Beijos.
O tempo - em qualquer tempo.
ResponderExcluirNos embates do ego, há um eu que sempre [cons]pira.
abraços, Felipe.