segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Araguaia

Sobre o manto do teu silêncio,
Araguaia, uma voz bradou:
Pão, terra, liberdade!
E as vozes tirânicas responderam
Com terror, sangue e morte
À luta que então florescia
No seio do teu solo acolhedor, Araguaia.

Quantas vozes falam
Por teu vento uivante, quantos gemidos
De dor se calaram em teus crepúsculos!
Dá-me uma memória, Araguaia,
E que nela esteja a paz de estar lutando.

Araguaia, tão férteis são tuas terras
Que o sangue vertido germinou,
E corre através de minhas veias,
Para invocar tua memória,
Para eternizá-la junto aos meus companheiros.

E os que se embrenharam na mata,
Os meus camaradas, levavam consigo não mais
Que uma bandeira rubra em seus corações.

Levai esta certeza aos vossos túmulos
Inexistentes, corações insepultos:
Nossa luta renasce em vossa morte.

Araguaia, és a minha bandeira!

3 comentários:

  1. Realmente, uma jornada histórica. Combatida com truculência, obscurantismo e o terror da ditadura. Enfim, espero que os verdadeiros criminosos ainda apareçam. Isso é fundamental pra democracia.

    Você deu o exato tom: épico. Adoro você falando de política.

    Beijos.

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  2. "Araguaia, és a nossa bandeira"!

    Voltou com tudo, poeta! Seus escritos sempre lindos... Incrível como vc discorre bem sobre qualquer tema e consegue transformar tudo em poesia.

    Sou sua eterna admiradora!

    Beijo, beijo!

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  3. Inspirado na novela felipe? hehe
    Lindo e tocante. Parabens

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