Abaixo da linha dos olhos
desta parte do burgo,
à parte, deita-se a cidade
colorida de raios solares.
Deitada aos pés deste morro,
como uma criança a dormir,
inofensiva, assim se apresenta.
No entanto, na abstrata luta de classes,
ostenta seu luxo e sua raiva
contra esse gigante chamado Favela,
elevado em sua letargia,
vestindo a máscara da inferioridade
que lhe pregaram no rosto.
Sabe-se que lá embaixo
fazem silêncio e, quando falam,
não é mais do que verborragia,
distração vazia, para que esse gigante
não acorde – eis o pavor!
Pois sabem
que a favela é um dragão
gigante e temível, que dorme ainda,
que pena,
que pena!
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