De silêncio em silêncio deixei
Florir o meu bramido,
Fiz renascer o momento no qual
O vazio foi soberano,
Combati o vácuo com tudo
De que dispunha, e a poesia
Que evola das coisas constantemente,
Juntei-a às flores de minhas mãos,
E investimos impetuosamente contra
A ausência.
Garimpar as palavras do silêncio
- e também de um poema -
É, de fato, árduo ofício.
As palavras escapam,
Só resta o desejo de escavar
A alma, perscrutar o âmago,
Tornar o momento fértil,
E por meio dele edificar as vozes
Que vão desaguar no coração.
Tudo isto só para dizer, ainda
Uma vez: só o amor, amada, paga a pena
Desta vida.
Esse poema já foi publicado. Postei mais uma vez porque preciso senti-lo gritar mais uma vez dentro de mim.
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